Os alemães e a bebida

09/06/2018
| Colunista: , Erika Meiswinkel
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Assunto: , Alimentação & Bebidas, Cerveja, Vinhos

Relação entre alemães e bebida vai muito além da cerveja

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Há tempos, a Alemanha é considerada a terra da cerveja, mas o país não é mais o maior consumidor. A história mostra que os alemães são grandes bebedores também de chá, vinho e, sobretudo, café.

Uma coisa é certa quando se visita bares, cafés e restaurantes na Alemanha, há uma grande variedade de bebidas, quentes ou frias.

Por volta de 10 mil a.C, a humanidade descobriu a primeira bebida artificialmente produzida: a cerveja.

Desde então, a bebida de baixo teor alcoólico se tornou, por excelência, parte da cultura alemã.

Há tempos, a Alemanha é considerada o país da cerveja, mas não é o maior consumidor. Os alemães bebem, em média, cerca de 100 litros de cerveja por ano. O que garante a eles a segunda posição, atrás apenas do dos tchecos, que consomem cerca de 150 litros.

No entanto, na Alemanha a cerveja é um bem cultural. São 1.300 cervejarias que produzem mais de 5 mil rótulos diferentes, mais do que em qualquer outro lugar do mundo. Cada vez mais os alemães preferem produtos de micro cervejarias para serem desfrutados em bares, ao ar livre ou em casa.

Na Idade Média, o vinho era uma bebida extremamente popular, mas só os ricos e nobres podiam pagar um de boa qualidade. As pessoas comuns consumiam bebida barata, muitas vezes misturada com vinagre. A mistura talvez seja a razão pela qual, até hoje, se bebe mais cerveja do que vinho na Alemanha.

Os alemães bebem, em média, cerca de 20 litros de vinho por ano, dos quais grande parte é consumida nos estados no sul do país. Mas talvez isso seja algo bom. Em 2008, cientistas descobriram que o álcool no vinho pode ser mais prejudicial para o cérebro do que o álcool na cerveja. Uma constatação surpreendente, já que o vinho é uma bebida muito popular entre artistas e intelectuais. O jornalista e escritor Kurt Tucholsky disse entusiasmadamente na década de 1920: “Uma pena que o vinho não pode ser acariciado”.

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De manhã, a maioria dos alemães prefere uma bebida quente, sem álcool e revigorante. Eles começam o dia com uma xícara de café ou chá. Muito já foi dito e discutido sobre suas qualidades.

“Café, tenho que beber café. Se quiserem me agradar, que me dêem café”, compôs Johann Sebastian Bach em 1732 em sua Cantata do Café.

Naquele período, os primeiros cafés começaram a aparecer na Europa. Eles eram frequentados por comerciantes, acadêmicos e ricos que se reuniam para conversar, fazer negócios e desfrutar da exótica bebida exportada da Arábia. As pessoas comuns bebiam substitutos de café feitos com malte ou chicória.

O mesmo acontecia com o chá, que, por um longo período, foi privilégio dos abastados. No começo do século 19, os preços começaram a baixar e, só assim, a classe trabalhadora começou a ter acesso a bebidas quentes. O cultivo barato de chá e café só foi possível graças ao uso de escravos nas plantações.

Enquanto os ingleses se tornaram quase a personificação de uma nação que bebe chá, os alemães se entregaram ao consumo do café. Quase 150 litros de café (mais que cerveja, vinho ou água mineral) são consumidos pelos alemães por ano.

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Em restaurantes e cafés alemães, a diversidade oferecida é grande. E, por trás de cada decisão na hora de olhar o cardápio, não estão somente as preferências pessoais, mas também os séculos de história de uma cultura. Saúde!

Fonte: Deutsche Welle (DW)

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