DUQUE DE CAXIAS TEVE DESTAQUE NO SETOR DE IMÓVEIS
Pela proximidade com a capital e pela grande quantidade de habitantes, é essencial destacar a importância estratégica da Baixada Fluminense. Indo além, salienta-se o crescimento e o estímulo para ampliar a capacidade turística da região. Trata-se de uma região com uma extensa mata atlântica, fauna e flora e inúmeras atrações, mas que ainda não são tão difundidas para o grande público. E um dado relevante é que um terço das matas preservadas na região metropolitana estão concentradas nas cidades da Baixada Fluminense. Essa região apresenta, portanto, um forte atrativo turístico, com potencial para desenvolver a economia dos municípios. Com um território de quase 3 mil km² e uma população beirando os 4 milhões, a região da Baixada Fluminense possui um número acentuado de habitantes por quilômetro quadrado, cerca de 1.340 de densidade demográfica.
Diante desse cenário apresentado inicialmente, procuramos acompanhar o comportamento do mercado imobiliário em algumas cidades, como Duque de Caxias, Belford Roxo e São João de Meriti para conferir como o setor de imóveis reagiu à pandemia e o que é possível projetar em relação ao desenvolvimento desses municípios. Em virtude do atípico ano de 2020, a expectativa era por um impacto acentuado no mercado imobiliário, porém o que se percebeu foi o contrário, incentivado pela redução das taxas de juros o setor de imóveis da Baixada Fluminense apresentou bons resultados.
No município de Duque de Caxias, o saldo foi positivo no que se refere ao mercado imobiliário. Conversamos sobre esse assunto com o delegado do Creci-RJ no município, Raphael Gornates, que deu detalhes mais profundos sobre a cidade:
– A reação à pandemia foi bastante positiva, desde quando falamos de vendas, quanto falando sobre locação, as atividades permanecem muito ativas, fato colaborado pelos bancos, que mexeram na taxa de juros. Em relação às vendas, elas cresceram ao ponto de serem consideradas melhores até que 2019, ou seja, a pandemia melhorou o mercado imobiliário em Duque de Caxias. Temos um número elevado de construtoras, e, mesmo com o custo de material aumentando durante a pandemia, as construtoras continuaram a trabalhar, se adequando às necessidades que apareceram em consequência ao período em que vivemos.
São João de Meriti foi outro município que se destacou mesmo em um ano tão atípico. O número de vendas duplicou no período da pandemia. Com o mercado bastante aquecido para vendas e um pouco para locação, o município não sentiu tanto os impactos da pandemia, pelo menos, no setor de imóveis. É o que explica o delegado do Creci-RJ, Renato dos Santos Lopes:
– O mercado sempre foi muito competitivo na cidade, nos três primeiros meses de 2020 teve um leve aumento na procura, tanto para locação quanto para venda. Nos meses seguintes dobrou o número de vendas por mês, permanecendo nesse patamar. Por estar numa posição considerada estratégica, próximo de cidades com grandes atrativos turísticos, o volume de locação tem aumentado para períodos curtos e médios no período de férias e feriados mais prolongados. Devido às burocracias legais, o desenvolvimento da cidade tem sido baixo e lento, tendo muitos projetos particulares, sem filiação com algum órgão público.
A cidade de Belford Roxo mantém a tendência da região da Baixada Fluminense no tocante ao interesse pelas moradias, porém, o número de pessoas inadimplentes aumentou de maneira significativa, dificultando a conclusão das negociações. O delegado do Conselho em Belford Roxo, Antonio Francisco Correa, detalhou o panorama do município:
– O setor reagiu favoravelmente, especialmente no segmento de imóveis novos. Tivemos lançamentos de grandes e pequenas construtoras, movimentando assim o mercado local. Foi necessária a reinvenção para alavancar as vendas, pois a questão do SPC/Serasa nos impactou bastante. Devido à pandemia e a perda de renda de muitas famílias, a inadimplência aumentou, atrapalhando o mercado, fazendo com que muitos negócios, que poderiam ter sido fechados, tivessem que ser suspensos ou adiados. A retomada do mercado está consideravelmente lenta por enquanto, ainda não tivemos a solução da renda de muitas famílias, tendo as restrições como o grande vilão do mercado. A prefeitura tem movimentado bastante o município com obras de infraestrutura, a cidade está mais bonita e atraente para os investidores, visitantes e para novos possíveis moradores.
Portanto, com a posição estratégica e a expectativa por investimentos, a Baixada Fluminense projeta um ano positivo, especialmente para o mercado imobiliário. A região também possui uma relevância histórica com a capital sendo local de transição do ouro advindo das Minas Gerais no século XVIII rumo ao porto carioca. Hoje, a Baixada Fluminense é segunda região mais importante do estado.
Fonte: Stand Edição 52 – Revista do Creci-RJ
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