Saúde do Coração

15/09/2020 |
Assunto: , Saúde

O Brasil está entre os 10 países com mais mortes por Doenças Cardiovasculares (DCVs)
No mundo, comparadas a outras causas, as DCVs são as maiores responsáveis pelos óbitos totais
Os países que mais sofrem são os de baixa e média renda, com mais de ¾ das mortes relacionadas a essas doenças

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Nas duas últimas décadas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de pessoas que morreram por problemas do coração subiu 13% nos países em desenvolvimento. Isso ocorre, principalmente, pelo aumento dos fatores de risco, como pressão alta, obesidade, tabagismo e consumo excessivo de sal e sódio.

A prevenção é uma forma de reduzir bruscamente a disseminação dessas doenças. Para isso, a OMS adotou um plano de ação que busca, até 2025, reduzir em 25% as mortes causadas pelo coração.

SEU CORAÇÃO CORRE PERIGO

17,5 milhões de pessoas morrem no mundo a cada ano por doenças cardiovasculares. Isso representa 31% de todas as mortes no mundo. É como se toda a população dos 7 Estados da região Norte do Brasil fosse dizimada pelas doenças cardiovasculares.

PASSOS PARA UMA VIDA SAUDÁVEL

Para cuidar da saúde do coração, adquira hábitos saudáveis em seu cotidiano. A alimentação é um dos coringas para manter coração e corpo saudáveis. Aliada à prática de atividades físicas, abandonar o tabagismo e realizar check-up anual são essenciais para evitar doenças cardiovasculares.

Alimentos: O que não pode faltar

* Abacate: rico em gordura monoinsaturada, contribui para a diminuição do LDL e aumento do HDL.
* Aveia: fonte de fibras, potássio, folato e ômega 3, auxilia na redução do LDL (colesterol ruim) que, em altos níveis, é um dos gatilhos para doenças cardíacas.
* Azeite de oliva extra-virgem: fonte de gordura monoinsaturada, reduz o colesterol total – em especial o LDL (colesterol ruim).
* Castanha-do-pará e nozes: fonte de gorduras monoinsaturas, selênio e fibras que contribuem para a redução do LDL.
* Frutas vermelhas e roxas (framboesa, amora, uvas, blueberry, açaí e morango): ricas em potentes antioxidantes e anti-inflamatórios, protegem o coração contra o ataque dos radicais livres, assim como reduzem o LDL. A uva deve ser consumida com a casca, onde está a maior quantidade desses antioxidantes.
* Peixes: ricos em ômega 3 e pobres em gorduras saturadas, especialmente a sardinha e o salmão, agem como um potente protetor cardíaco, diminuindo consideravelmente os riscos de infarto e outras doenças associadas.
* Quinua: possui grande quantidade de fibras, auxiliando no controle do colesterol total e na diminuição do LDL (colesterol ruim).
* Semente de linhaça dourada: rica especialmente em ômegas 3 e 6, atua como protetor cardíaco, além de conter grande quantidade de fibras que controlam o LDL (colesterol ruim).
* Tomate: suas fibras reduzem o colesterol ruim (LDL) e a fruta é rica em licopeno, antioxidante que auxilia na limpeza das artérias e no bloqueio dos radicais livres.

Alimentos: O que você deve deixar de lado

* Açúcar: consumido em excesso pode levar à obesidade, diabetes e lesão arterial. Além de controlar a quantidade consumida, dê preferência ao mascavo e ao demerara, que contêm maior quantidade de nutrientes.
* Cafeína: encontrada em chás pretos, cafés e refrigerantes, causa aumento dos batimentos cardíacos e pressão arterial.
* Carboidratos simples: encontrados em pães brancos, doces e massas, eles são responsáveis por elevar as taxas de açúcar no sangue. Podem ser substituídos por itens integrais, que contém taxa de açúcar, mas são aproveitados de forma mais lenta pelo organismo.
* Gordura saturada: presente em carnes vermelhas gordas, frituras, alimentos industrializados, embutidos, pães e bolos gordurosos, leite integral, cremes e molhos. Inimiga do coração, a gordura saturada é responsável por aumentar as taxas de colesterol.
* Gorduras trans: presente em sorvetes, chocolates, molhos prontos e margarinas, essa gordura deixa os alimentos mais saborosos e conservados, mas pode causar acidente vascular cerebral e entupimento dos vasos sanguíneos.
* Sódio: eleva a pressão arterial, endurece as artérias e prejudica a função renal, aumentando as chances de infarto e derrame. Alguns alimentos industrializados e embutidos apresentam grande quantidade de sódio: fique atento à tabela de valores nutricionais!

PRATIQUE ATIVIDADE FÍSICA

Para evitar doenças cardiovasculares, médicos recomendam um remédio maravilhoso: a prática de exercícios físicos. O corpo em movimento beneficia a saúde do coração, pois ele trabalha com mais eficiência e sem ter que fazer tanto esforço. O sangue flui melhor e as artérias e vasos ficam mais flexíveis. Tudo isso ajuda a prevenir as doenças cardiovasculares, além de controlar o colesterol e o ganho de peso.

Caminhada, corrida, natação, ciclismo, futebol, vôlei, basquete, tênis, step e jump são exercícios que fazem bem ao coração. A prática desses esportes favorece o sistema cardiovascular, pois são exercícios aeróbicos que elevam a frequência cardíaca. Escolha um de sua preferência e abandone o sofá!

Faça atividades de três a cinco dias na semana, com uma carga horária de 30 a 50 minutos por dia. Comece com intensidade leve a moderada.

O QUE PREJUDICA O SEU CORAÇÃO?

Muitos fatores colaboram para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Má alimentação, falta de atividade física, fumo e consumo exagerado de álcool são alguns deles. O controle desses fatores diminui muito as chances de ocorrência de problemas, inclusive nos casos com predisposição genética ou comorbidades (doenças preexistentes que podem agravar o estado do paciente).

DROGAS E ALCOOLISMO: Se sozinhos esses fatores já são considerados ruins, a combinação aumenta ainda mais os riscos de aceleramento do coração, podendo causar arritmia, parada cardíaca ou morte súbita.

SEDENTARISMO: O sedentarismo, somado a uma alimentação desregrada, é responsável por 54% do número de mortes por infarto. Os exercícios ajudam a baixar os níveis de colesterol, além de melhorar as condições respiratórias. Entre as atividades indicadas estão caminhadas, pedaladas ou corridas.

HIPERTENSÃO ARTERIAL: A pressão alta é o principal fator de risco para as doenças cardiovasculares. Cerca de 80% das pessoas que sofrem de derrame são hipertensas. E de 40 a 60% dos pacientes com infarto apresentam hipertensão associada.

O coração do hipertenso trabalha mais e, com isso, o músculo cardíaco fica mais fraco com o passar do tempo. A hipertensão pode ser controlada com hábitos saudáveis e, em alguns casos, com medicamentos que mantenham a pressão arterial dentro da normalidade (12×8). Nestes casos, a medicação é indicada por um cardiologista, que avalia as condições clínicas de cada paciente.

TABAGISMO: O cigarro é responsável por aumentar as chances de um ataque cardíaco em duas vezes para pessoas fumantes. O risco de morte súbita também cresce em até quatro vezes. O tabagismo aumenta a frequência dos batimentos do coração e, por conta disso, acelera a carga de trabalho do órgão. Os fumantes também sofrem alteração na pressão sanguínea, podendo causar um acidente vascular cerebral.

DIABETES: Conhecida por elevar o nível de açúcar no sangue, é um fator de risco para o coração mesmo com tratamento, mas em proporções menores do que em pacientes que não fazem este controle. Um homem diabético tem 40% a mais de chances de risco de sofrer um infarto do que um homem que não tem diabetes. Esse número aumenta quando são mulheres e pode chegar aos 50%.

COLESTEROL: Existem dois tipos de colesterol: o bom (HDL) e o ruim (LDL). O papel do HDL é reduzir o risco de formação das camadas de gordura. Já o LDL é responsável pela formação de camadas gordurosas no sangue, que podem levar à obstrução das artérias.

Em taxas elevadas, o mau colesterol se torna um dos principais fatores de risco para problemas cardiovasculares, aterosclerose (uma das causas do infarto) e acidente vascular cerebral (AVC), segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

ESTRESSE: O estresse é necessário ao corpo para momentos de perigo, mas manter uma tensão constante libera altos níveis de hormônios, como a adrenalina e o cortisol, que provocam instabilidade no organismo. Por isso, o estresse é um fator de risco para problemas do coração.

Com a liberação desses hormônios, as plaquetas se agregam, as células imunológicas são ativadas, o açúcar do sangue vai para os músculos para proporcionar energia, a respiração e a frequência cardíaca aumentam e a pressão arterial sobe.

A cortisona de início mantém a resposta ao estresse e depois lentamente vai diminuindo até o organismo voltar à função normal. Quando a situação estressante persiste, a reação também continua e pode tornar-se prejudicial em vez da reação benéfica inicial. Como o coração não está preparado para receber esta alta quantidade de hormônios, o organismo reconhece esse efeito como uma intoxicação e provoca o infarto.

A adrenalina aumenta os batimentos cardíacos e a pressão arterial. Como as artérias do coração ficam obstruídas, falta de ar, cansaço e dor no peito são os principais sintomas, dificultando o bombeamento e a passagem do sangue.

Tipos de estresse

* Estresse agudo: é relacionado a um evento pontual, como a perda de um parente, um assalto, doença grave na família, entre outros.
* Estresse crônico: é caracterizado pelos problemas do dia a dia, como trânsito, dificuldades econômicas e relações de trabalho, entre outros.

DOENÇAS CARDÍACAS NO HOMEM E NA MULHER

Apesar das diferenças entre o funcionamento dos corpos masculino e feminino, os cuidados com a saúde e a orientação de hábitos saudáveis são os mesmos e podem ser realizados por ambos os sexos. Fique atento aos riscos: obesidade, tabagismo, alcoolismo, alimentação rica em gordura e produtos industrializados, como embutidos e com alto teor de conservantes, falta de atividade física, estresse, pressão alta, diabetes e colesterol elevado, entre outros.

HOMENS

18,9% dos homens fumam regularmente, um dos principais fatores de risco para o coração. Os homens tendem a sofrer de infarto mais jovens, cerca de 10 anos antes do que as mulheres.

Todas as fases da vida são importantes no cuidado com o coração e os riscos de desenvolver uma doença cardiovascular está presente em qualquer faixa etária, por diferentes fatores.

Os maus hábitos podem influenciar no desenvolvimento de doenças que atingem todo o corpo e até os 50 anos de idade o risco de mortalidade em homens é maior do que nas mulheres. De acordo com o Ministério da Saúde, as mortes por infarto aumentaram 34,15% na população masculina em menos de duas décadas.

MULHERES

Após a menopausa, o risco de doença cardiovascular é 3 vezes maior pela redução do hormônio protetor contra a aterosclerose, o estrogênio.

As chances de uma mulher infartar é 50% maior do que em homens. Cerca de 20 mil mulheres morrem por dia de doenças do coração. São 8,5 milhões de óbitos todos os anos.

Mulheres que praticam atividade física pelo menos 150 minutos por semana reduzem em 25% os riscos de desenvolver doença arterial coronariana (aterosclerose). O consumo de cigarro para as que usam método contraceptivo oral pode aumentar o risco de infarto em até 5 vezes.

As mulheres têm cada vez mais problemas relacionados às doenças cardíacas. Por mais que estejam protegidas a partir da primeira menstruação, com a produção de estrógeno, que auxilia na elasticidade das artérias. Mas, com a chegada da menopausa, os riscos das doenças cardiovasculares praticamente triplicam.

Com a inserção cada vez mais intensa da mulher no mercado de trabalho, o estresse, o alcoolismo, o sedentarismo e o tabagismo vêm crescendo nesse grupo e aumentando os riscos de desenvolver as DCVs. Em uma avaliação nacional, elas tiveram aumento de 40% na medida da cintura abdominal, mais de 20% são tabagistas, 18% já fumaram, 23% têm pressão arterial elevada e 21% estão com os níveis de colesterol acima do recomendado.

Sinais que você não pode ignorar

O reconhecimento rápido dos sinais de um episódio isquêmico e a procura por atendimento médico podem reduzir o risco de morte e de sequelas. Por isso, é importante conhecer os sinais associados a doenças cardiovasculares e entender que embora possam indicar problemas menos graves, devem ser avaliados por um médico.

Palpitações: A sensação de que o coração está batendo fora do ritmo, muito rápido ou muito forte, pode ser um sinal de arritmia cardíaca. As palpitações podem ocorrer naturalmente, desencadeadas pelo estresse ou fortes emoções, durante atividade, ou até mesmo quando a pessoa estiver sentada ou deitada. Caso se torne recorrente, pode ser um sintoma de problemas graves, como falência cardíaca e fibrilação. É importante consultar um médico para averiguar o problema.

Desconforto ou dor no peito: Dor ou sensação de aperto e desconforto no peito são sintomas clássicos de ataques cardíacos, mas não necessariamente indicam este problema. Muitas vezes podem significar problemas menos graves. De qualquer forma, é importante averiguar. A dor de uma isquemia cardíaca costuma ser localizada à esquerda e é descrita como uma pressão, um peso forte no peito. No caso de mulheres, pode se assemelhar a uma queimação e se estender para pescoço e mandíbula. Geralmente, vem acompanhada de suor e falta de ar e ocorre após esforço físico.

Falta de fôlego: A fadiga depois de um esforço, como subir uma escada, é comum, principalmente se a pessoa for sedentária. Mas é importante distinguir esse cansaço. Caso trate-se de dificuldade para respirar ou falta de fôlego, pode ser um sinal de insuficiência cardíaca. Quando a falta de ar (dispneia) é recorrente, ou acontece após pequenos esforços, deve ser vista com preocupação.

Tontura ou desmaio: Esse sinal pode estar ligado a uma queda súbita de pressão, que indica fluxo insuficiente de sangue no cérebro. Também pode ser resultado de problemas como estreitamento da válvula aórtica, que dificulta a passagem de sangue para o coração, arritmias e coração grande (ou cardiomegalia).

Dor nas pernas: Dores nas pernas podem ser decorrentes de diversos problemas. Quando é recorrente, pode indicar problemas nos vasos sanguíneos, como doença arterial periférica. Além da dor intensa, as extremidades (dedos dos pés) vão ficando com pouco oxigênio e nutrientes, tornando-se rapidamente frias e azuladas. É importante, nestes casos, procurar atendimento médico imediato. Nos eventos crônicos, com a obstrução gradativa, há dor nas pernas quando se caminha pequenas distâncias. A doença arterial periférica aumenta o risco de infarto ou AVC.

Fonte: Instituto Lado a Lado

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