OS PRÓS E OS CONTRAS DA CAMA COMPARTILHADA

12/01/2021 |
Assunto: , Família, Gestante e Bebê, Infância & Adolescência, Segurança

MUITAS VEZES, O ÚNICO JEITO DE DESCANSAR UM POUCO É COLOCANDO O BEBÊ PARA DORMIR AO SEU LADO, MAS É PRECISO TER CAUTELA

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Já vamos entregar a conclusão deste texto no primeiro parágrafo: não existe certo ou errado quando se fala da forma de cuidar de um bebê. Existe um misto de recomendações médicas aliadas à descoberta de quem são vocês como mãe e pai, quem é seu filho e a intuição do melhor caminho para vocês.

Mas uma coisa é certa: os bebês recém-nascidos precisam de contato físico e, via de regra, se sentem mais seguros quando estão perto da mãe, dentro da qual passaram os nove meses antes do nascimento. Por isso, é natural que eles durmam melhor na cama compartilhada, o que não quer dizer que essa seja uma recomendação para todos os casos.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Organização Mundial da Saúde são contra a cama compartilhada. “Isso porque, durante o sono, você pode perder o controle e expor a criança a perigos, como colocar todo o seu peso sobre ele e sufocá-lo, causando danos que podem levar à morte”, explica a professora de enfermagem Anna Chiesa.

Ambos os órgãos pregam que os bebês durmam até os 6 meses em um miniberço ou carrinho colocado ao lado da cama da mãe. “O berço muitas vezes é muito grande e o bebê pode se sentir perdido com tanto espaço”, aponta Anna. Ela ressalta, porém, que, estando próxima de seu filho (e não necessariamente na mesma cama), você garante carinho e aconchego sem colocar o bebê em risco.

Cada família é única

A psicóloga e psicanalista Maiana Rappaport, especialista em gravidez e pós-parto, defende que essas orientações servem como um norte, mas deve haver um espaço para que a família crie o vínculo com a criança. “Algumas famílias usam a cama compartilhada por opção ideológica e, outras vezes, pela comodidade. Mesmo que alguns pais fiquem relutantes, é comum que em algum momento o bebê acabe dormindo com eles”, explica.

Como em tudo, a especialista aponta que na maternidade não há um consenso ou uma forma única e ideal de agir quando o assunto é compartilhar a cama. “Sabemos que os bebês que dormem perto da mãe choram muito menos, pois graças à sensação de continuidade da gravidez, a presença materna constante na hora do sono nos primeiros 6 meses é tranquilizadora. Além disso, as pesquisas indicam que essa proximidade ao longo da noite é um diferencial importante no aumento dos índices de manutenção da amamentação.”

Quem não deve fazer cama compartilhada?

Segundo a Attachment Parenting International (entidade internacional de apoio à criação com apego), você não deve dividir a cama com o bebê se:

* Fizer uso de álcool, drogas ou medicamentos que provoquem sonolência, como remédios para dormir ou para resfriados;

* Fumar, pois aumenta o risco de morte súbita para o bebê que divide a cama com pais fumantes;

* For obeso. Cama compartilhada com pais obesos também aumenta as chances de morte súbita no bebê;

* O bebê for prematuro ou tiver baixo peso de nascimento;

* O bebê estiver com febre alta;

* Houver filhos mais velhos ou animais de estimação na mesma cama.

Cuidados ao utilizar cama compartilhada

Se você não tiver nenhum desses impedimentos e decidir usar cama compartilhada, deve tomar essas precauções, também sugeridas pela Attachment Parenting International:

* Coloque o bebê para dormir de costas, pois isso ajuda a protegê-lo da síndrome da morte súbita infantil.

* Escolha um colchão firme, sem cobertores que possam cobrir a cabeça, almofadas ou bichos de pelúcia.

* Nunca coloque seu bebê para dormir, ou adormeça com ele, em um local ou superfície insegura, como sofá, cadeira, poltrona de amamentação, sofá-cama, cama inflável ou colchão de água. Desse modo, você elimina os riscos de o bebê cair do seu colo quando você adormecer ou de que ele entre embaixo de uma depressão do colchão muito macio.

* Amamente o bebê! Mães que amamentam permanecem mais tempo em estágios leves de sono, fazendo com que elas estejam mais alerta. Elas também tendem a dormir numa posição protetora (com os joelhos dobrados para cima), e isso previne que o bebê desça e fique debaixo de um cobertor, por exemplo.

* Ponha o bebê próximo à mãe, em vez de deixá-lo entre o pai e a mãe. Isso evita que um pai que tenha sono muito pesado, por exemplo, não perceba o bebê ao seu lado.

* Use grades ou protetores de cama quando colocar o bebê na cama da família. Preencha qualquer espaço entre a cama e as paredes, a cabeceira e os móveis com uma manta ou toalha enrolada. Se você colocar o colchão (ou futon) no chão, longe das paredes, também evita o risco de quedas, além do risco de o bebê cair em algum espaço pequeno.

* Seja consciente sobre o arranjo de sono. Coloque o bebê próximo à mãe, em um ambiente planejado e seguro, em vez de cair no sono por exaustão no sofá, cadeira, poltrona ou qualquer outro lugar inseguro.

* Apenas cuidadores primários devem dormir com um bebê, pois somente eles poderão dormir em um estado leve de alerta, atentos aos movimentos e à presença do bebê.

* Não deixe que babás ou irmãos mais velhos durmam próximos ao bebê, pois eles também não estarão alertas aos movimentos e à presença do bebê.

* Deixe o bebê fresco. Ajuste as roupas e a temperatura do quarto para evitar que ele superaqueça.

* Use um ventilador no quarto onde o bebê dorme para ajudar a circular o ar e manter o ambiente mais fresco.

* Bebês não devem dormir sozinhos em uma cama de adulto, mesmo nas sonecas. Se você não possui um berço ou outro lugar seguro para o bebê tirar sonecas, coloque um colchão menor no chão ou até um futon e certifique-se de que o ambiente está seguro. O bebê-conforto não deve ser usado para sonecas nem para dormir.

Fonte: Natura

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