O Perigo da Doutrina Segregadora

22/08/2021
| Colunista: , Célio Lupparelli
|
Assunto: , Direitos Humanos, Política

O Darwinismo Social é uma doutrina que acredita na premissa
da existência de sociedades superiores às outras

CelioLupparelli20210822

Surgiu no século XIX e serviu como justificativa, segundo alguns, para o neocolonialismo e o imperialismo na África e na Ásia, com imposição da cultura, da religião, do modelo econômico e da política dos europeus sobre os povos invadidos e dominados.

Até hoje, serve para fomentar o racismo, a eugenia, o preconceito, o nacionalismo, a xenofobia, além de ter “justificado” os massacres promovidos por nazistas e fascistas, a pretexto de “purificar” sua raça.

Frases como “a Pátria acima de tudo” é bem sintomática desta doutrina. Há, contudo, quem a pronuncia sem ter a consciência do que está reproduzindo.

Hitler e seus seguidores fanáticos consideravam inúteis à Sociedade, uma ameaça à pureza genética ariana e, portanto, indignos de viver, os deficientes físicos e mentais. Não serviam para a sua pátria pura. Indivíduos que tinham algum tipo de deficiência física, retardamento ou doença mental eram executados pelo programa que os nazistas chamavam de T-4 ou Eutanásia.

Os pacientes condenados pelos médicos nazistas que os procuravam em enfermarias dos hospitais eram transferidos para seis instituições na Alemanha e na Áustria, onde eram mortos em câmaras de gás especialmente construídas para aquele fim.

Bebês deficientes e crianças pequenas também eram assassinados com injeções de doses letais de drogas ou morriam por abandono, por fome ou falta de cuidados. Os corpos eram queimados em grandes fornos (crematórios). De 1940 a 1945, 200 mil deficientes foram assassinados pelos nazistas.

Declarações e atitudes que evidenciam semelhança e sinergia com o nazismo (ultradireita) foram identificadas em participantes do atual governo federal.

O Ministro da Educação acaba de dizer que há crianças com grau de deficiência em que é impossível a convivência. Acrescentou que alunos com deficiência atrapalham o aprendizado de outros estudantes.

O que devemos deduzir destas declarações? São inocentes no seu conteúdo? Ou nos lembram do nazismo?

Há meses, o assessor para assuntos internacionais da Presidência da República fez, por diversas vezes seguidas, em um encontro público oficial, o gesto com forma arredondada, entre o indicador e o polegar, que caracteriza uma forma de expressão de supremacia dos brancos, usada por grupos de extrema direita. Isso escandalizou o Mundo.

O que devemos deduzir deste gesto? Inocente? Ou nos lembra ideia típica dos segregadores nazistas?

Outro integrante deste governo, o Presidente da Fundação Palmares declarou que a escravidão no Brasil foi benéfica para os negros e que, no Brasil, não há nenhuma forma de racismo. O que é isto? Declaração inocente?

Em 12 de abril de 1998, o atual Presidente da República disse, ao Correio Brasiliense: Pena que a cavalaria brasileira não tenha sido tão eficiente quanto a americana que exterminou os índios.

O que é isto? Analise com isenção.

O povo brasileiro, miscigenado, com mistura de raças, religiões e culturas não merece a implantação de Doutrina Segregadora.

É hora de refletirmos!

+Célio Lupparelli

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