Muito se fala em facilidades com os serviços digitais na hora de encontrar um imóvel ou colocar um à disposição para alugar para temporada, mas nem tudo são flores. Com a internet e os sites que possuem vastos catálogos de imóveis para alugar, o proprietário do imóvel e o cliente ficaram muito mais próximos, mas ainda sem muito conhecimento um sobre o outro.

A presença de um corretor de imóveis para intermediar a negociação é fator indispensável para que o processo ocorra com tranquilidade e com segurança às partes.

Sites que fazem o contato direto do proprietário com o locatário, por exemplo, e atendem a milhões de pessoas ao redor do mundo, acumulam muitas críticas e reclamações do serviço, justamente por não dar segurança tanto a proprietários, quanto aos inquilinos. O site Reclame Aqui já registrou, até Fevereiro de 2018, mais de 4.879 insatisfações referentes ao maior portal desse tipo em atuação no Brasil e, apesar de a maioria ser de locatários, muitos locadores também fazem seu registro sobre cancelamentos sem explicações por parte da empresa, além do serviço de atendimento ao cliente (SAC), que recebeu diversas críticas.

Dentre os mais variados motivos de insatisfação, os de maior incidência são com relação ao estorno do valor pago, propaganda enganosa, problemas na finalização da compra, cobrança indevida, o já mencionado SAC, divergência de preço, cobrança duplicada, dificuldade de cancelamento, entre outras. Todos estes problemas que seriam evitados com a presença de um corretor ou uma imobiliária administrando o negócio, pois eles auxiliam na negociação com o locatário, além de alertar o locador sobre o real valor de aluguel do imóvel, tornando-o mais atrativo ao consumidor, mantendo a rentabilidade do proprietário e conferindo ao imóvel mais competitividade no mercado.

A presença de uma imobiliária dá ao proprietário mais comodidade, além de garantir um contrato com mais segurança com relação aos pagamentos e condições de conservação do imóvel.

Para o sócio-diretor da DCS Compra e Venda de imóveis e conselheiro do Creci-RJ, Darlan Carlos de Souza, o corretor de imóveis deve fazer um levantamento minucioso do locatário:

– Preencher uma ficha do SPI (Serviço de Proteção ao Inquilinato), um levantamento cívil e criminal no site do TJ (Tribunal de Justiça) no estado de origem do propenso locatário, claro, que se tratando de turista brasileiro, bem como, referências pessoais. Checar se todas as informações dadas pelo propenso locatário realmente são verídicas, garantindo, desta forma, os cuidados básicos para o locador.

Mas não é só o locador que precisa desta segurança. O corretor também deve garantir o mesmo ao locatário:

– É fundamental apresentar a documentação do imóvel, cópia da escritura registrada ou uma certidão de ônus reais atualizada do imóvel onde constarão todas as informações sobre o proprietário (caso seja o locador) do imóvel que será locado, junto com uma cópia da identidade – destaca Darlan.

Quando e como se dar bem neste tipo de negócio

O Rio de Janeiro apresenta períodos de alta temporada para este segmento, como o Carnaval e o Fim de ano. Portanto, o corretor de imóveis precisa se atentar, se planejando com antecedência e dando maior atenção aos seus imóveis para temporada. Não espere o cliente aparecer e passe a buscá-lo, divulgando informações interessantes sobre os locais onde possua unidades. Verifique sua base de dados sobre os clientes, atualizando e se certificando de oferecer o melhor e mais atrativo imóvel para cada um, analisando de acordo com número de filhos, idade, se são mais aventureiros, se são solteiros, entre outras características.

O profissional também precisa saber quem é o seu cliente e quantas pessoas ele pretende levar, consultando o proprietário para verificar condições, como limite de pessoas, por exemplo. Tenha empatia pelo cliente e busque um imóvel que atenda suas necessidades. Algo que atrai possíveis interessados é um contato visual, através de fotos e vídeos do imóvel, em uma espécie de apresentação inicial.

É indispensável que o contrato seja muito bem elaborado, transmitindo segurança para as partes envolvidas, seguindo as diretrizes da Lei.

Faça uma inspeção antes da entrada dos locatários, levando-os para verificar se há algo de errado e repita a visita após o término do período de locação. Isto evita que, caso haja ou ocorra danos ao imóvel, os responsáveis sejam identificados e o problema possa ser solucionado de forma amigável.

Darlan Souza ainda falou sobre o que fazer para se dar bem fora do período de festas:

– Deve usar a criatividade de marketing, como, promoções atraentes de preço em relação aos concorrentes, pacotes promocionais em fins de semana ou períodos mais curtos na baixa temporada, assim o corretor consegue manter o imóvel locado e ter um lucro neste período.

Oportunidades durante o ano inteiro

O Rio de janeiro, sendo um estado com uma diversidade enorme de cidades turísticas, é um ótimo lugar para se visitar o ano inteiro, então o corretor precisa estar sempre informado sobre grandes eventos, como shows, encontros, eventos esportivos e tudo o que possa atrair turistas para as cidades. Alugar imóveis por temporada é mais vantajoso financeiramente para o locatário do que pagar pela estadia em um quarto de hotel, principalmente se tiver mais gente para dividir o valor final do aluguel.

Imóvel de temporada não abriga apenas turistas e mochileiros, podendo ser utilizado para eventos, como festas, reuniões de família, casamentos, aniversários, entre outros. Além disso, uma negociação mais rápida e com menos burocracia possibilita um lucro imediato. Basta ter um bom atendimento, ser organizado e fazer uma boa divulgação dos seus imóveis nos lugares certos e o corretor de imóveis terá, além do lucro, uma carteira de clientes atualizada.

Fonte: Stand Edição 41 – Revista do Creci-RJ