A INFLUÊNCIA NA ECONOMIA E NO MERCADO IMOBILIÁRIO

Para o profissional ter êxito e conseguir destaque na profissão ele precisa somar muitos conhecimentos que permeiam o ramo imobiliário e são muitos os fatores que interferem nas tomadas de decisões. Os profissionais têm que estar atentos a fatores políticos, tecnológicos, mercadológicos e também aos índices financeiros, para auxiliar no processo decisório dos clientes.

Confira abaixo os principais índices de inflação do país que impactam diretamente no panorama econômico nacional e no desempenho do ramo imobiliário:

IGP-M – Índice Geral de Preço do Mercado

O IGP-M tem o objetivo de medir a variação de preços dos principais setores da atividade econômica do país, levando em conta os custos para o produtor (agronegócio e indústria), consumidor e construção, ou seja, ele mede a flutuação de custos da atividade econômica – o que inclui os preços aos produtores, a inflação para as famílias e também contempla os custos da construção civil. Esse índice é tradicionalmente o mais utilizado nos reajustes anuais dos contratos de locação, bem como tarifas públicas, como os serviços de fornecimento de água e luz. O órgão responsável é o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

De acordo com resultados, tendo como referência o ano de 2020 que foi um ano atípico devido à pandemia da Covid-19, no acumulado dos 12 meses o IGP-M teve elevação de mais 23,14%, o mais alto patamar desde 2002, impactando diretamente o mercado de locação. O momento é de negociar o valor do aluguel, iniciativa esta que já vem sendo registrada desde o início da pandemia. Indo além, com as taxas de juros acessíveis, devido à menor taxa Selic da história (2%), o financiamento imobiliário tem se tornado uma opção viável para aqueles que antes só tinham como possibilidade o aluguel.

Com o custo do financiamento mais barato através das taxas de juros mais reduzidas, muitas vezes o valor da locação pode ser equiparado ao valor da prestação do financiamento. Esse é um fator decisivo que também tem impulsionado a busca pelos financiamentos de imóveis no comparativo com as locações.

Entender o momento de vida do cliente, avaliar junto dele as opções que tem e a mais adequada é fundamental. O planejamento financeiro é indispensável e tem papel de destaque, já que o financiamento é um compromisso que se assume por um longo período.

– Na realidade, o meu desejo era o mesmo de milhares de brasileiros, o de realizar o sonho da casa própria. Vinha pesquisando há 6 anos para conseguir realizar esse sonho, mas não conseguia reunir as condições favoráveis para dar entrada no financiamento. Até que em novembro de 2020, consegui assinar o contrato de financiamento com a instituição financeira. É uma sensação inexplicável, uma realização. As taxas de juros dos financiamentos imobiliários no atual patamar me permitiram dar entrada em um imóvel em Rio das Ostras. Antes estava morando de aluguel na cidade do Rio de Janeiro e percebi que na atual conjectura com o valor pago pela locação conseguiria pagar uma prestação de financiamento – afirma Bianca Raphael, que deu entrada no financiamento em um imóvel em Rio das Ostras.

IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo

O IPCA é considerado a inflação oficial do país. É calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), e tem o objetivo de medir a variação dos preços de forma geral para as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, residentes em diferentes áreas urbanas. Ou seja, o IPCA mede a variação de preços dos produtos para o consumidor final, nas prateleiras das lojas e supermercados.

Outra importância dessa taxa é que serve como indicador para quem faz uma aplicação financeira, por exemplo. O IPCA é monitorado pelo Banco Central para definir a taxa básica de juros da economia, a Selic, em que a partir dela é que se determina a remuneração de investimentos ou as taxas de empréstimos.

– A meta de inflação deste ano é de 3,75%. Só que as previsões de mercado mostram que tudo aponta para uma inflação maior, o IPCA está mostrando uma aceleração da inflação ao longo deste ano – indica André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas.

Com o alto patamar do IGP-M, alguns contratos de locação foram readequados com a inclusão do IPCA como índice. André Braz explica que é cada vez maior o debate para a criação de um índice específico para o mercado imobiliário, que atenda de forma mais eficiente as demandas do setor de imóveis:

– O IGP-M de fato não foi desenvolvido para indexar os contratos de aluguel. Eu acho que o mercado imobiliário precisa de um índice novo, que a FGV está tentando desenvolver, mas também o IPCA não é o mais adequado. Ele pode ser para o inquilino, mas não é tanto para o proprietário, que comprou o imóvel e espera recuperar um pouco do dinheiro investido através da valorização e da locação. Esse é o debate que está ocorrendo para ver se cabe um índice inédito, eu acredito que sim, que converse melhor com o mercado imobiliário. O IPCA, assim como o IGP-M, foi criado para medir a variação do custo de vida. É importante um índice para destacar as áreas da cidade que estão mais valorizadas e porque estão mais valorizadas, também tem que ser levado em consideração a parte do aumento do preço dos insumos para manutenção ou construção de novas residências.

INCC – Índice Nacional de Custo da Construção

O INCC é uma das taxas mais importantes que envolvem o mercado imobiliário, produzida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). É uma taxa aplicada enquanto a obra está em execução, ou seja, funciona como um reajuste nos contratos de compra de imóveis, e é aplicado diretamente nas parcelas do empreendimento. Sendo assim, sua aplicação somente ocorre em imóveis financiados que estão na planta, portanto, não é aplicado em imóveis quitados.

O indicador tem três grandes componentes: materiais e equipamentos, serviços e mão de obra para construções de residências.

Em fevereiro desse ano, o índice contabilizava uma alta de 1,07% no mês, nos últimos 12 meses a alta bateu 10,18%, que de acordo com economistas refletiu o aumento significativo em materiais e equipamentos.

– Nesse momento, o INCC avança pelo aumento dos preços. Nossa moeda desvalorizou muito e vários itens como ferro e tintas tiveram grande elevação, seguindo em parte essa desvalorização cambial que em média foi de 25%. Esses materiais também ficaram mais caros no mercado internacional, refletindo no nosso mercado. No último ano, o INCC, no acumulado, foi quase o dobro da inflação ao consumidor – aponta o economista.

INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor

É um índice que mede a variação de preços para o consumidor na economia brasileira. Este índice de inflação é medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e muito usado como referência em ajustes salariais e os dados são recolhidos em estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, concessionária de serviços públicos e internet de diferentes regiões metropolitanas do Brasil.

É importante entender esse índice porque além de impactar diretamente a vida da população, ele também pode ser usado para nortear as finanças na hora de investir.

A principal diferença em relação ao IPCA é que ele tem um recorte para a população com baixa renda, entre 1 e 5 salários mínimos.

Fonte: Stand Edição 52 – Revista do Creci-RJ
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