Portal em foco

  • Youtube
  • Twitter
  • Facebook
  • Home
  • Artigos
  • Condomínios
  • Colunistas
  • Assuntos
  • Eventos
  • Contato

Imóveis: Luxo e Popular

20/09/2018 |
Assunto: , Economia, Imóveis

CreciRJ20180920

Em um momento de crise econômica ou política o mercado se comporta de maneira diferente, dependendo do público-alvo, nos diversos setores da economia, variando de acordo com a valorização ou desvalorização da moeda. No setor imobiliário os impactos provocados no mercado de luxo, ou de alto padrão, não são os mesmos sofridos pelo mercado popular, pois o perfil do comprador e seu comportamento diante da instabilidade financeira, que promove o crescimento da taxa de desemprego das classes mais desfavorecidas e o encarecimento de produtos e serviços, vai de acordo com o seu capital financeiro e seu limite de compra, ou poder de compra.

A participação das instituições financeiras, tanto privada, quanto pública, também é fundamental para incentivar o consumidor a comprar imóveis sem se endividar, impulsionando a economia. Nesse âmbito, é fundamental para o crescimento do mercado de moradias populares que os bancos públicos reduzam suas taxas de juros e ampliem as margens para o financiamento de imóveis novos e usados, dando mais segurança e liberdade ao consumidor para se sentir confiante em investir no setor imobiliário sem medo de ter perdas financeiras.

Os perfis de consumidores são distintos e variam de acordo com as exigências de cada um, bem como os atrativos e o custo final do imóvel. Basicamente leva-se em consideração a relação custo-benefício e o quanto cada um pode e está disposto a pagar para ter determinados serviços e vantagens. Mas durante momentos difíceis como a crise econômica enfrentada atualmente, tanto o cidadão de classe média ou baixa, quanto o rico ou novo rico, podem ser impactados, pois enquanto um lado da moeda enfrenta juros e desemprego, o outro pode vir a enfrentar a perda patrimonial e capital do seu ramo de atividade.

Para o corretor de imóveis, Edson Biar, que atua no mercado de alto padrão, o cliente deste setor é o novo rico: “O perfil dos clientes do mercado de luxo é o novo rico, que é aquele cliente que teve ascensão social ou enriqueceu recentemente. Este é um cliente que quer demonstrar poder, ostentar. O imóvel de luxo é uma forma de conferir a estes clientes o status desejado”.

CreciRJ20180920Luxo

Os clientes do mercado de luxo são compradores com padrão de vida elevado, que possuem contas bancárias cheias e com o dinheiro necessário para efetuar a compra do imóvel à vista, sem necessitar de financiamento e crédito imobiliário, que são entraves no mercado popular, agilizando o processo e movimentando a economia. Mesmo que tais imóveis tenham sofrido com o encarecimento provocado pela desvalorização da moeda, não é um fator que impeça estes clientes de investir uma quantia maior para ter conforto. Em geral, o perfil destes clientes do mercado imobiliário de luxo é formado por jogadores de futebol, políticos, músicos, atores, personalidades da mídia em geral e empresários, entre outros.

O mercado popular traz um público maior, pois possui um modelo de imóveis menores, produzidos em maior quantidade e com preço mais acessível. O perfil de compradores é voltado para a classe popular e média, jovens de classe média que buscam independência, recém-casados que sonham com a casa própria, basicamente o perfil de clientes do programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal. São empreendimentos localizados próximo à áreas, geralmente, afetadas por baixa segurança, mais distantes da região central da cidade.

No mercado de alto padrão os mais comuns são as mansões, apartamentos e condomínios. Nos apartamentos os imóveis mais caros são os que ficam na cobertura, pois, além da vista, possuem silêncio e segurança. São imóveis construídos com materiais de maior valor no mercado, utilizando tudo o que for possível para justificar seu custo final. Outro fator determinante é a privacidade, pois muitos possuem apenas um apartamento por andar e espaço amplo para acomodações.

CreciRJ20180920Popular

O mercado popular traz uma oferta de imóveis menores, germinados, com vários apartamentos por andar e acabamento básico, sem muitos detalhes. Uma tendência que já se vê por toda a cidade são os chamados condomínios clubes, condomínios fechados de imóveis populares com piscina, quadra poliesportiva em alguns casos, presença de cancela na entrada, seguranças, áreas de eventos, entre outros atrativos, dando ao cliente uma sensação de maior qualidade de vida.

O mercado popular, com construções menores e mais baratas, segurou nossa economia nos primeiros anos da bolha imobiliária dos EUA, que desencadeou a crise econômica mundial, através do programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal, que contou com liberação de crédito e financiamento de até 80% do valor do imóvel pela Caixa Econômica Federal, servindo como incentivo aos compradores a realizarem o sonho da casa própria. O setor imobiliário se manteve estável por alguns anos, mas não resistiu e sucumbiu a crise política que mergulhou o país na crise com a desvalorização do Real.

Após dois anos de baixa procura por imóveis neste setor, o interesse pelas unidades do Minha Casa, Minha Vida começou a aumentar, de forma tímida. Em abril deste ano, a Caixa anunciou a redução da taxa de juros anual e aumento do financiamento, que estava congelado havia 17 meses, fatores que devem impulsionar o mercado e tirar os compradores de seus esconderijos, aumentando o fluxo de vendas e a circulação de dinheiro, movimentando a economia. O mercado popular necessita da confiança do consumidor que tem o receio de se endividar, fazendo da linha de crédito e financiamento fatores fundamentais para reagir em momentos de crise.

O mercado de luxo permaneceu ativo com a venda de imóveis de alto padrão, geralmente concentrados nas áreas de maior custo de vida, principalmente na Lagoa, Ipanema e Leblon, mas se estendendo à Barra da Tijuca e Recreio. Essa resistência não foi surpresa, tendo em vista o perfil dos compradores deste tipo de empreendimento. Como os clientes deste mercado não precisam de linhas de crédito e financiamento, não há o medo de endividamento, não interferindo em seu poder de compra. Além disso, são compradores que possuem capital financeiro suficiente para efetuar a compra destes imóveis a vista.

Fonte: Stand Edição 42 – Revista do Creci-RJ

Voltar Próximo artigo

Visite nossos parceiros

Mais lidas

  • 29/08/2025

    Diferenças

    Assunto: , Comportamento
  • 31/08/2025

    Leite é inflamatório?

    Assunto: , Alimentação & Bebidas, Datas Comemorativas, Saúde
  • 01/09/2025

    Pensando Bem – Idi Amin Dada

    Assunto: , Cultura, Política

  • Home
  • Artigos
  • Condomínios
  • Colunistas
  • Assuntos
  • Eventos
  • Contato

© Portal em Foco. Todos os direitos reservados.