Cigarro eletrônico não trata tabagismo e ainda traz riscos graves à saúde
Parar de fumar é a coisa mais importante que um fumante pode fazer para melhorar sua saúde, mas as evidências indicam que a mudança para os cigarros eletrônicos tornou menos provável ficar longe dos cigarros, afirmam médicos e pesquisadores.
Riscos do cigarro eletrônico
“O uso diário de cigarros eletrônicos causa estado inflamatório em vários órgãos do organismo, incluindo o cérebro. Novas pesquisas indicam que seu uso também pode desregular alguns genes”, adverte o neurologista Wanderley Cerqueira de Lima, do Hospital Albert Einstein.
O médico explica que os efeitos variam dependendo da nicotina e dos sabores líquidos, que influenciam a forma como o corpo responde às infecções. Menta, por exemplo, deixam as pessoas mais sensíveis aos efeitos da pneumonia bacteriana do que outros aromatizantes.
Mesmo os sem sabor são perigosos, como aponta o médico. Isso porque eles ainda possuem outros aditivos químicos em sua composição, como propilenoglicol, glicerina, formaldeído e a própria nicotina, que reconhecidamente causa câncer. O cigarro eletrônico também não é recomendado para gestantes, pois causa danos na gestação, destaca o especialista.
Cerqueira de Lima alerta que as células imunológicas parecem ser desativadas à medida que os pulmões são continuamente encharcados com produtos químicos. Esse processo enfraquece as defesas do organismo contra ameaças como pneumonia ou câncer.
O impacto no cérebro
O neurologista estima que milhões de adultos jovens usam os cigarros eletrônicos hoje, já que a maior parte dos usuários têm entre 18 e 24 anos. É assustador o que pode estar acontecendo em seus cérebros, afetando sua saúde mental, alterações comportamentais e transtorno de humor no futuro.
Cigarro eletrônico x cigarro comum: existe opção segura?
Atualmente, praticamente todos sabem que cigarro faz mal para a saúde e pode prejudicar, inclusive, o bem-estar das pessoas ao redor, que inalam a fumaça de maneira involuntária. Danos severos para os pulmões, doenças cardiovasculares, impotência sexual e câncer são algumas das consequências do uso contínuo do cigarro. Para saber disso, basta olhar as embalagens dos produtos. O aviso está lá, para quem quiser ver.
As substâncias liberadas pelo cigarro eletrônico até podem ser diferentes daquelas que o cigarro comum emite, mas, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), elas também podem provocar enfisema pulmonar, câncer e problemas do coração.
“Diferentemente do cigarro convencional, que demora às vezes 20 ou 30 anos para manifestar doenças no usuário, o cigarro eletrônico, que prometia segurança, é capaz de matar jovens rapidamente”, explica a Dra. Jaqueline Scholz, médica especialista da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia) em ações contra o tabagismo.
Portanto, a recomendação geral dos especialistas é de que o uso do cigarro eletrônico, ou convencional, seja desincentivado. Os riscos para a saúde geral do organismo são imensos e não existe nenhum tipo de benefício.
Fonte: Saúde em Dia
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