A HISTÓRIA DO BRASIL PASSA POR ESSE LUGAR
O Edifício Joseph Gire, mais conhecido como A Noite, é um arranha-céu localizado na Praça Mauá número 7, no centro do Rio de Janeiro.
Primeiro arranha céu da América Latina, inaugurado em 7 de setembro de 1929, é o mais importante prédio Art Déco do país.
Com 28 mil metros quadrados, o projeto é do arquiteto Joseph Gire, o mesmo do Copacabana Palace, e de Elisário Bahiana, calculista do Palácio Gustavo Capanema, no Centro. Ele tem 102 metros de altura, 22 andares e 6 elevadores.
O arranha-céu foi endereço do jornal A Noite, de empresas como Philips e PanAm, e dos consulados dos Estados Unidos e do Canadá.
Até os anos 1930, foi considerado o prédio mais alto da América Latina, até ser ultrapassado pelo Martinelli, que fica em São Paulo e foi inaugurado em 1934.
Em 1937 foi fundada nos últimos andares do prédio a Rádio Nacional que se popularizou com os programas de auditório e os rádios teatro. Nos estúdios da Rádio Nacional, gravaram estrelas como Franciso Alves, Dalva de Oliveira, Emilinha Borba, Marlene e Cauby Peixoto.
Foi o primeiro arranha céu da cidade e em seu projeto foi usado além do cálculo estrutural, a ação dos ventos sobre a estrutura. Em seu lugar havia o casarão do Liceu Literário Português, transferido para o Largo da Carioca.
Em seu terraço havia restaurantes e um mirante que oferecia uma vista privilegiada da cidade e da Baía da Guanabara. Quando da sua inauguração, era o principal mirante da cidade, uma vez que o Cristo Redentor foi inaugurado somente em 1931.
O mirante do último andar era tão visitado quanto o Pão de Açúcar. Os turistas desembarcavam no Porto e subiam para avistar a Barra da Tijuca e até a Serra dos Órgãos.
Ocupar uma sala ou um conjunto de salas no A Noite era um símbolo de status para uma empresa ou um profissional liberal. Era um endereço muito cobiçado.
Durante a era Vargas a Rádio Nacional foi encampada pelo governo federal e o grupo A Noite extinto.
Em 2013, o edifício foi tombado pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), recebendo o reconhecimento coincidente com sua altura e tamanha importância.
Desde o início dos anos 2000 o edifício sofre com o abandono. O edifício encontra-se desocupado e seus 6 elevadores estão funcionando.
O Governo Federal está cogitando usar o prédio como hospital de campanha, em mais uma medida de enfretamento ao COVID-19.