Quando aparecerá um governante que se empenhe verdadeiramente em não deixar que o mal se perpetue por gerações?
Existem clássicos desafios em nossa geração, hoje tenho 66 anos que foram testemunhas disso.
Quando ainda criança, ao lado da minha residência havia um ponto de jogo do bicho onde o contraventor vendia apostas à sociedade sempre se valendo das vantagens estatísticas para ganhar dinheiro ilícito. Não era privilégio de meu bairro todos os outros também tinham suas bancas. Essa dita contravenção, já nessa época, era passível de punição por quem a praticasse.
As rinhas de galo e venda de animais silvestres eram constantes em feiras públicas e arenas improvisadas.
Pouco ainda se falava dos traficantes de entorpecentes, sua repreensão mais se dava nos períodos carnavalescos e grandes festivais por conta, principalmente das lanças perfumes.
Os balões eram vistos a todo instante no céu disputando espaço com pipas e arraias.
O tempo passou, e o lucro ilegal sobre atividades ilícitas se tornou atraente porque não dependia de formação profissional para exercê-la.
E cresceram muitas outras atividades ilegais.
Hoje, e há anos, o jogo do bicho é tolerado porque seus patronos disponibilizam seus camarotes para convidados Vips (alta sociedade, empresários, políticos, artistas etc.).
As rinhas e venda de animais silvestres são combatidas, mas não exterminadas.
O tráfico se estabeleceu, cresceu e deu espaço aos milicianos, inicialmente para seu combate, que tão logo virou também um ilícito face o lucro fácil.
Os balões, embora em menor quantidade, ainda pairam ameaçando o meio ambiente, as vidas em aeronaves e patrimônios públicos e privados.
Não as pipas, mas as linhas com cerol chileno continuam ceifando algumas vidas e incapacitando outras.
Isso me leva a refletir: Em qual geração aparecerá um governante que se empenhe verdadeiramente em não deixar que o mal se perpetue por gerações?