Sempre desejei um cavalo.
Desde pequena ia à fazenda.
Pedia ao meu avô para cavalgar.
Apesar de nem saber o que era isso.
Pequena, subia e sentava em cima de um travesseiro largo.
Que por vezes me desequilibrava.
Mas amava.
Adorava.
Apesar de meu avô ter ciúmes e achar que aquilo era perda de tempo.
Um dia com meu irmão mais novo.
Saí em disparada e o cavalo dele foi atrás.
Claro que ele gritou de medo.
E eu estava feliz, apesar da bronca.
Mas, sempre moça da Cidade, não poderia imaginar ainda.
Que um cavalo seguiria o outro.
Deve ser coisas de Bichos ciumentos.
Hoje acordei e tinha um cavalo preso no muro.
Minha cachorra latiu forte.
Mais um bicho?
Eu berrei, ganhei um cavalo?
Fui passear com os cães e já me imaginava dando água ao castanho animal.
Mas quando voltei, algum apressado já tinha levado o bicho.
O cheiro ficou.
Bem, não estragou as plantas.
Não cagou para a sorte do jardim.
Mas eu pensei:
Finalmente chegou esse dia.
Hoje ganhei um cavalo.
E vou agora mesmo jogar no bicho!