A beleza que traduz o passado
Histórica, cultural e artística. Assim pode ser definida Niterói, município do Rio de Janeiro e que já foi até capital do estado. Mesmo a 13 km de distância da Cidade Maravilhosa, este cartão-postal tem muita coisa a oferecer a turistas e moradores. São museus, parques, praias, centros culturais, teatros, além de igrejas, fortes e fortalezas históricas. E tudo isso com um visual a la Niemeyer para dar um charme especial ao lugar.
Com muita história pra contar em seus 445 anos, desde sua fundação em 1573, cresceu e se desenvolveu ao longo dos anos, foi eleito o Município mais escolarizado do país em 2000, segundo dados do Ministério da Educação, e ocupa o terceiro lugar em Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado do Rio de Janeiro, além de possuir uma forte indústria naval.
Mas Niterói possui áreas ainda pouco conhecidas do público externo e que são verdadeiros paraísos, como a Região Oceânica. Com quase 500 mil habitantes distribuídos por mais de 129 km², a cidade possui 11 km de litoral com mar aberto, de cenário perfeito para um fim de semana em família, com boa gastronomia típica de regiões costeiras e repleta de petiscos e frutos do mar, praias calmas para as crianças e outras mais agitadas para os que amam praticar esportes aquáticos, além da hospitalidade niteroiense.
A História
Às margens da Baía de Guanabara, Niterói já esteve sob domínio indígena e francês, antes que os portugueses conseguissem ocupar o território, e isso tudo antes mesmo de ter seu nome atual. Para conquistar a região os colonizadores precisaram da ajuda de Arariboia, que foi rebatizado como Martim Afonso, e ficou com a maior parte territorial sob seu domínio, no ano de 1573. A cidade recebeu o nome de Vila Real da Praia Grande.
No início do século XIX, a cidade se desenvolveu com o crescimento da indústria naval da região. Os trabalhos marítimos fizeram a ligação entre Rio e Niterói através das barcas, que foram se modernizando com o passar do tempo. Em 1835, um ano após ser transformada na capital do estado, foi rebatizada como Nictheroy, mas foi adaptada para o nome atual com o passar do tempo. Como capital vieram diversos avanços, como iluminação pública, abastecimento de água e novos meios de transporte.
O século XX começou com uma expansão turística através da valorização da Região Oceânica, melhorias na urbanização, implementação de uma rede de saneamento e houve uma valorização estética da cidade.
Desbravando a região
A Região Oceânica de Niterói é um paraíso ainda pouco conhecido que possui desde praias calmas e agitadas até áreas de preservação da Mata Atlântica. Para quem gosta de um lugar tranquilo para pegar sol com a família, a região possui as lagoas de Piratininga e de Itaipu, ambas de água salgada e que são ligadas uma a outra através do Canal do Camboatá, aberto pelo Departamento Nacional de Obras de Saneamento em 1946.
O litoral niteroiense, por se encontrar em mar aberto, possui praias mais agitadas e com ondas, o que atrai praticantes de esportes aquáticos radicais. Em Itacoatiara, a praia mais agitada da região, são realizados diversos campeonatos de surfe ao longo do ano, além de atrair praticantes de windsurfe também. Este paraíso, que possui vegetação exuberante, águas transparentes e azuladas, foi considerado como a 12ª melhor praia do Brasil pelo site de hospedagens TripAdvisor. Por suas atrações e clima mais propenso às práticas esportivas, Itacoatiara possui uma presença maior do público mais jovem. Tem ainda a praia perfeita pra quem quer se isolar: a Praia do Sossego. Como o nome já diz, esta praia é bastante sossegada e isso se deve à dificuldade de acesso a ela. As únicas formas de se chegar nesta praia são andando, através de trilhas, ou utilizando barcos, jet skis ou outros veículos aquáticos. A Praia do Sossego é considerada um monumento natural devido a sua vegetação típica de restinga e fica localizada entre as praias de Piratininga e Camboinhas.
A praia de Itaipu é a melhor opção para levar as crianças, pois possui águas mais calmas por se localizar em uma enseada. Por lá também é possível fazer um passeio cultural e voltar no tempo com o Museu de Arqueologia de Itaipu, que funciona nas ruínas do antigo Recolhimento de Mulheres de Santa Teresa, abrigando mais de oito mil anos de história da região, assistir ao romântico pôr do sol na praia e visitar o Morro das Andorinhas. A região ainda abriga o Sítio Arqueológico Duna Grande de Itaipu, entre a praça local e a Barra da Lagoa. Camboinhas, com 2,6 km de extensão e com água transparente e esverdeada é separada da Praia de Itaipu pelo Canal de Itaipu. É um recanto para quem gosta de uma boa pesca, para a prática de esportes e para os que gostam de velejar. A maior praia da região é a de Piratininga com 2,7 km de extensão. É formada por duas praias conjugadas: o Praião, que ocupa maior extensão e possui pequenas ondas, e a Prainha, que ocupa um trecho menor, possui água calma e é ideal para crianças. Camboinhas, Itaipu e Piratininga são os polos gastronômicos da região.
Há também a Reserva Darcy Ribeiro, que abriga a Pedra do Cantagalo, e o Parque Estadual da Serra da Tiririca, que abriga quiosques, bares, casas de shows, restaurantes, lojas de artesanato, ateliês de arte e um polo de fabricação de móveis, além da Pedra do Elefante, no Morro do Alto Mourão, e o Costão, no Morro do Tucun.
Praia, vida noturna, boa gastronomia, ecoturismo, vistas paradisíacas, passeios históricos e muita diversão fazem da Região Oceânica de Niterói um dos melhores destinos do Rio de Janeiro.
Fonte: Stand Edição 42 – Revista do Creci-RJ