Quem nunca passou pela seguinte situação nos tempos de escola ou de faculdade?
O professor passa um trabalho que valerá a maior parte da nota da disciplina e dá um mês de prazo para a entrega. Durante 29 dias você pensa no trabalho em alguns momentos, imagina quais livros e sites irá usar para a pesquisa, mapeia as dificuldades e facilidades, mas não escreve sequer uma linha. Nada.
Na véspera do prazo final, porém, o desespero bate e você milagrosamente se transforma no ser humano mais produtivo do planeta Terra. Passa várias horas em estado de fluxo, pesquisando e escrevendo, da introdução até a última palavra da conclusão.
O trabalho é entregue no prazo com direito a elogios do professor pela qualidade da pesquisa.
A mesma situação se repete com frequência na vida adulta toda vez que um cliente ou chefe demanda aquela tarefa impossível que será realizada em tempo recorde.
Essa é a Lei de Parkinson em ação.
O conceito apareceu pela primeira vez em um artigo escrito pelo economista Cyril Northcote Parkinson, publicado em 1955 na revista The Economist, e pode ser sintetizado da seguinte maneira: o trabalho se expande de modo a preencher todo tempo disponível para a sua realização.
Ou seja, quanto menos tempo você tem para concluir uma tarefa, mais dedicado e ela você será.
Se você tem 24 horas para finalizar uma atividade, a pressão do prazo irá forçá-lo a entrar em modo execução e focar nos elementos essenciais para cumprir o objetivo. Se você tiver uma semana de prazo para realizar a mesma tarefa, irá divagar nos primeiros cinco ou seis dias até começar de fato a fazer o que precisa ser feito. Se o prazo for de um mês, sua energia tende a se dispersar completamente, prejudicando inclusive suas outras responsabilidades.
Prazos iminentes afetam diretamente nossa capacidade de priorizar. Repito: quanto menos tempo você tem para executar uma ação, mais dedicado a ela você será. Acredite, o produto final dos prazos apertados é quase sempre de maior ou igual qualidade, graças à atenção necessária para cumprir o objetivo proposto.
O problema está quando nos submetemos à Lei de Parkinson apenas para as urgências e demandas dos outros. Todos os dias, bilhões de pessoas esgotam sua capacidade de realização apenas em função de objetivos impostos por terceiros.
A grande lição é:
Você pode aplicar a Lei de Parkinson em favor dos seus objetivos pessoais.
Reduza o tempo dedicado a cada atividade para limitar sua atenção ao que é importante. Prazos curtos dedicados a uma meta tendem a evitar o desperdício de horas com atividades inúteis que apenas dão a ilusão de movimento.
Ajuda bastante fazer isso de forma planejada. Experimente dedicar alguns minutos na sexta-feira ou no fim de semana para organizar com antecedência a agenda da próxima semana, além de definir todas as noites quais serão as atividades-chave do dia seguinte.
Adicionar senso de urgência nas suas metas de vida te afastará dos esforços inúteis e exercitará diariamente seu foco e sua capacidade de execução.
Kaio Serrate
Fundador do LabFazedores