Uma trajetória de quase um século pautada pelo sucesso, perseverança, desafios e transparência. Esse é apenas um breve resumo do histórico do presidente da Carvalho Hosken, Carlos Carvalho, de 96 anos, considerado um dos nomes de maior destaque do mercado imobiliário nacional
Engenheiro por formação e responsável por grandes empreendimentos que ajudaram no desenvolvimento urbano da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, Carlos Carvalho acredita que sua missão vai além de construir locais para as pessoas simplesmente morarem. “Construímos pensando onde elas vão viver. Acho que pensar no outro e desenvolver produtos voltados para as famílias é o que precisa ser perseguido por todos os profissionais do mercado”, avalia o empresário, que acredita fortemente na evolução do setor imobiliário por meio de bairros planejados, sustentabilidade, arquitetura moderna e segurança.
Revista Secovi Rio: A Carvalho Hosken realizou obras grandiosas no Brasil e, desde quando foi fundada, na década de 1950, sempre buscou atender às demandas de um Brasil em crescimento. Hoje, pouco mais de meio século depois, como o senhor enxerga a evolução do mercado imobiliário no país?
Carlos Carvalho: O crédito imobiliário é um dos fatores-chave para o crescimento econômico de um país. Com ele as pessoas têm acesso à moradia e à construção do seu patrimônio. Apesar de alguns momentos parecerem difíceis, está havendo uma recuperação do financiamento imobiliário no Brasil. A evolução desse mercado nas últimas décadas foi imensa, mas, ao nos depararmos com a representatividade do crédito imobiliário no PIB do Brasil, hoje na casa dos 2%, frente aos 48% que o mesmo mercado representa na Espanha, temos uma enorme avenida para o crescimento do setor. Claro que, do ponto de vista de urbanização, construção e tecnologia, evoluímos muito nesse período.
A sua empresa participou da construção da capital do Brasil e atuou no desenvolvimento do Rio de Janeiro a partir da década de 1960. Diante das mudanças pelas quais a cidade passou nas últimas décadas, como a inovação foi importante para a Carvalho Hosken manter-se à frente do mercado e referência no país?
Nossa visão de futuro e a constante preocupação com a qualidade de vida da classe média brasileira sempre foram os pilares do nosso trabalho. Não construímos pensando apenas onde as famílias vão morar, mas, e principalmente, onde elas vão viver. Segurança, sustentabilidade, arquitetura moderna, parques, praças e jardins sempre estiveram presentes nos nossos empreendimentos e bairros planejados.
Sabemos que a Carvalho Hosken foi bastante estratégica e relevante para o desenvolvimento da Barra da Tijuca a partir dos anos 1980. A empresa construiu inúmeros empreendimentos de destaque na região. Como o senhor enxerga o Rio de Janeiro para as próximas décadas e quais regiões podem ser vistas como áreas fundamentais para equilibrar a exaustão urbana na cidade?
Nossa cidade, notadamente as áreas do Centro e da Zona Sul, vem sofrendo desde a década de 1980 com a ocupação urbana desordenada e adensada em pequenos espaços. Porém, é na Zona Oeste que a cidade encontra o seu modelo de ocupação urbana mais apropriado, em que conforto, grandes espaços entre as construções e a generosidade da sua natureza se fazem presentes. Nesse contexto, acho que a Zona Oeste ainda será a preferida das próximas décadas.
A Carvalho Hosken se dedicou durante anos ao desenvolvimento de projetos pautados numa nova visão de ocupação do espaço urbano. Na sua visão, qual o maior legado deixado pela companhia para a população carioca?
Nossos bairros planejados representam hoje o que existe de mais moderno em termos de ocupação urbana ordenada e sustentável. Neles o convívio do homem com a natureza se faz presente de forma intensa e muito bem cuidada. Isto graças às suas sociedades civis, que, legitimamente representadas por seus moradores, estabelecem uma relação de zelo, priorizando a valorização patrimonial de cada um. Este talvez seja o nosso grande legado: bairros planejados, cuidados e valorizados pelos próprios moradores.
Um dos seus lemas é que é necessário conciliar toda a atividade imobiliária com qualidade de vida, desenvolvimento urbano, sustentabilidade, meio ambiente, paisagismo e arte. Com base na sua experiência, quais recomendações o senhor daria para as empresas do mercado imobiliário e para os novos profissionais que estão ingressando no setor?
Acho que “pensar no outro” e “desenvolver produtos voltados para as famílias” é o que precisa ser perseguido por todos os profissionais do mercado. Afinal, como um dos maiores geradores de renda e empregos da economia, o setor imobiliário precisa estar em constante evolução e ouvindo bem de perto o que os novos consumidores desejam para si e suas famílias.
A Escola Carvalho Hosken de Desenvolvimento Profissional e o Centro de Treinamento Prático em Saúde e Segurança do Trabalho são duas iniciativas sociais importantes da Carvalho Hosken e que já contribuíram para a capacitação de 8 mil pessoas nos últimos anos. Como o senhor avalia a relação entre a capacitação de pessoas e a expansão econômica do Brasil e do mercado imobiliário?
A constante capacitação profissional é fundamental para a melhoria do setor, não só por conta da própria qualificação dos profissionais envolvidos na cadeia produtiva do setor, mas, e principalmente, pelo legado intelectual e técnico que certamente ajudará a expandir a economia do Brasil.
Na sua visão pessoal como empresário e homem de sucesso, quais são os valores primordiais para conquistarmos êxito e crescimento em qualquer carreira?
Mais do que qualquer outro, a dedicação ao que se faz. Alcançar o melhor requer superação de desafios e obstáculos, entendimento e respeito às boas práticas e, finalmente, transparência com o consumidor.
Superar desafios e estar à frente do mercado nunca foi sinônimo de receio para a Carvalho Hosken. Qual mensagem o senhor deixa para grandes e pequenos empresários do mercado imobiliário que se inspiram em sua trajetória?
Que saibam que o caminho é longo e difícil, mas muito gratificante. Minha mensagem é de otimismo, perseverança e transparência como posturas a serem adotadas e preservadas.
Fonte: SECOVI RIO – Revista Edição 120
Camila Rua
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