Formada por 16 bairros distribuídos em um território de quase 500 quilômetros quadrados e com mais de 1 milhão de habitantes, a Zona Oeste do Rio de Janeiro há anos convive com um regime de terror, opressão e extorsão de comerciantes e empresários que ali decidiram investir
Sob o poder da milícia, o exercício de quase todas as atividades comerciais e empresariais só são possíveis com a autorização dos líderes da quadrilha que exigem o pagamento de generosíssimas cifras pelos favores que concedem.
Segundo um estudo conjunto realizado pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e pelo Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP), 57% do território no Rio de Janeiro já está dominado por tais grupos mafiosos. – Diário do Rio 30/06/2022 – Leia a reportagem na integra
OPINIÃO – A reportagem acima é o reflexo claro da escolha dos parlamentares
e gestores públicos feita pela sociedade
Vejam os projetos de leis que as casas legislativas estão votando. A imensa maioria são de oferta de medalhas, condecorações honrosas, criação de datas comemorativas, patrimônios imateriais etc. Realmente estão em outro mundo com a realidade que não a nossa.
Pouco se observa a preocupação com as leis que venham reverter o caos na segurança pública a todos os níveis.
No passado, permitiu-se ou tolerou-se o crescimento do jogo de bicho e hoje assistimos esse jogo ilegal faturando com suas bancas espalhadas no meio social como se oficializado estivesse, arregimentando mão de obra sem direitos trabalhistas, incentivando a concentração de renda na mão dos patronos, a lavagem de dinheiro e, principalmente, uma guerra sem fim pelo domínio dos seus pontos.
Isso não é culpa da sociedade já que elege seus representantes ainda acreditando em suas mentirosas promessas de campanha para mudar o quadro de insegurança que atinge nossas famílias.
Hoje, novos empresários da indústria do crime observam, como nós, que não há combate firme às suas atividades, que o poder judiciário realmente é cego, lento e benevolente, formando assim a condição ideal para evoluírem diversificando e ampliando suas atividades, impondo cada vez mais à sociedade o seu domínio.
Nossa sociedade, com sua permissividade provocada pelo medo, a cada dia se retrai neste combate. Me envergonho disso como cidadão.
Hoje, como prisioneiros em nosso próprio lar, assistimos pelas mídias o caos que nos encontramos, vendo como na reportagem acima, essa indústria maldita crescer junto a nossas famílias em solo pátrio que juramos defender com braços fortes.