Local ficou fechado por mais de um ano para obras de restauração
Um dos mais importantes símbolos do município de Petrópolis, na região serrana do estado do Rio de Janeiro, a Catedral de São Pedro de Alcântara reabriu, após restauração, oferecendo aos visitantes um novo atrativo turístico.
Marco do reerguimento de Petrópolis após as enchentes do verão, a restauração da igreja abre caminho, a partir de agora, para um programa de visitação a partes da construção que nunca antes haviam sido abertas ao público, restituindo a petropolitanos e turistas a contemplação dos atributos culturais e históricos da igreja, que é um dos cartões-postais da cidade.
Obra coletiva
O bispo de Petrópolis, Dom Gregório Paixão, destacou que a restauração foi obra coletiva de empresas e trabalhadores, além da prefeitura petropolitana. “Não podemos nos esquecer de ninguém. Desde os trabalhadores do canteiro de obras até os técnicos e coordenadores, todos trabalharam com afinco para entregarmos à cidade este patrimônio. Além de igreja mãe da diocese, a catedral é um bem artístico e cultural dos brasileiros”, afirmou o bispo.
O entorno da igreja também foi restaurado pela prefeitura, incluindo a recuperação da Rua São Pedro de Alcântara e remodelação de todo o jardim.
O novo roteiro de visitação inclui passeio sobre as abóbodas, exposição de peças sacras e subida à base da torre sineira. Já a visitação à parte alta do templo, que começa em uma escada em caracol no fundo da igreja, ainda não tem previsão de data para ser iniciada. O roteiro passa pelo órgão, onde os visitantes podem ver a galeria de peças sacras conservadas pela igreja. Sobre as abóbodas e sob o madeirame do telhado, uma passarela metálica conduz a um holograma e a telas de vídeo com a história da Catedral. A última parada é na base da torre, com vista panorâmica da cidade.
Símbolo petropolitano
O sonho católico de construção de uma catedral em Petrópolis remonta a 1846, ano em que foi criada a Paróquia de São Pedro de Alcântara. A pedra fundamental da obra data de 1876. Como a construção não teve continuidade, a segunda pedra foi lançada em 1884. Nas duas vezes, estavam presentes o imperador Pedro II e sua filha, a Princesa Isabel.
Em estilo neogótico, o projeto original da catedral foi criado pelo engenheiro e arquiteto Francisco de Azevedo Monteiro Caminhoá. As obras seguiram até 1901 e ficaram paralisadas por 17 anos. Em 1918, o projeto foi retomado e adaptado às finanças da Igreja pelo engenheiro Heitor da Silva Costa, que também concebeu e conduziu a construção do Cristo Redentor, na capital fluminense.
A inauguração, com a Catedral inacabada, ocorreu em 29 de novembro de 1925. O órgão de nove toneladas, com 2.227 tubos, foi instalado em 1937, em meio ao prosseguimento das obras. Dois anos depois, o templo ganhou o Mausoléu Imperial, com o sepultamento dos restos mortais do imperador Dom Pedro II e da imperatriz Teresa Cristina.
A torre da catedral começou a ser construída somente em 1960, sendo concluída em 1969. Em 1971, a igreja recebeu os restos mortais da Princesa Isabel e de seu marido, o Conde D’Eu, colocados na Capela Imperial. Em 1980, a Catedral foi tombada como bem cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
A expectativa é que a reabertura da Catedral ao público impulsionará a visitação turística no local, reforçando, por outro lado, a vocação da cidade para o turismo histórico-cultural do país. As obras devem resultar em aumento de público e incremento anual na economia local em torno de R$ 10 milhões.
Fonte: Agência Brasil
+Turismo