As Medalhas da Amizade

05/11/2021 |
Assunto: , Esportes, História

Um grande gesto de companheirismo em plena Olimpíadas de 1936

Cinco atletas atingiram a etapa final do salto com vara dos homens nas Olimpíadas de 1936, tendo eliminado a impressionante altura de 4,15 metros. No clímax do salto, com 25.000 espectadores enfrentando o frio da Berlim, a noite iria entrar para a história do esporte olímpico devido à atitude de dois atletas japoneses.
Bill Graber, dos EUA, foi o primeiro a desistir, depois de não ter conseguido ultrapassar os 4,25 metros. Então Earle Meadows, outro americano, superou 4,35 metros, um poderoso salto naqueles dias, que os três restantes, um americano e dois japoneses, tentaram sem sucesso.

Esportes20211105PodioMeadows passou a tentar 4,45 metros, mas falhou. Mas a parte principal da competição estava resolvida: o ouro era dele, deixando os outros três para participar de um desempate para determinar quem deveria levar a prata e o bronze.
Bill Sefton, o americano, não foi bem sucedido e os dois competidores japoneses sim, o que significa que cada um deles recebeu uma medalha. Mas quem conseguiu qual?
Ambos os jovens eram estudantes. Shuhei Nishida na universidade de Waseda e Sueo Oe em Keio.
Mais importante, eram grandes amigos. E assim, para espanto geral, eles se recusaram a seguir competindo. Queriam compartilhar as honras.

Esportes20211105JaponesesO pedido foi rejeitado. Alguém tinha que levar o bronze e alguém a prata. A equipe japonesa foi instruída a tomar sua própria decisão sobre quem deveria reivindicar o segundo lugar e o terceiro. Após longa discussão, chegaram ao acordo que Nishida, que saltou 4,25 metros em sua primeira tentativa, deveria ter precedência sobre Oe, que precisou de duas tentativas nessa altura.
As medalhas foram concedidas nessa base. Mas os atletas permaneceram insatisfeitos. Voltando ao Japão, eles decidiram resolver o problema com suas próprias mãos.
Esportes20211105MedalhaCortaram ambas as medalhas ao meio e depois soldaram duas medalhas híbridas, metade prata e metade bronze. As medalhas ficaram conhecidas como “As medalhas da amizade”.
Oe morreu em 1941, durante a guerra; Nishida morreu em 1997. A medalha de Oe permanece em mãos privadas, mas a de Nishida é mantida pela universidade de Waseda. Em cada caso, as peculiares medalhas servem como lembretes permanentes de que, mesmo na atmosfera cheia de ódio da Alemanha de Hitler, os Jogos Olímpicos permitiram que os jovens mostrassem algo mais duradouro e mais emocionante do que a mera excelência atlética.

Fonte: MDIG
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