20/11 – Dia da Consciência Negra

20/11/2022
| Colunista: , Célio Lupparelli
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Assunto: , Datas Comemorativas, Direitos Humanos

O Dia da Consciência Negra, assim como todo o mês de novembro, marca a importância das discussões e ações para combater o racismo e a desigualdade social no país

CelioLupparelli20221120A escolha desta data, 20 de novembro, foi uma homenagem a Zumbi (1655 a 1695), último líder do Quilombo dos Palmares que resistiu aos portugueses lutando pelas liberdades religiosa e cultural do seu povo.

O Quilombo dos Palmares foi um quilombo da era colonial brasileira de 1597 a 1694, localizava-se na Serra da Barriga que hoje pertence ao estado de Alagoas. Ele abrigava escravos fugitivos que não suportavam os maus tratos, o trabalho forçado, os castigos, os açoites e as chicotadas amarrados ao tronco.

Essa data é um convite à reflexão associada a luta contra a escravidão e todas as formas de discriminação em razão da raça ou da cor da pele

Oficialmente a escravidão dos negros no Brasil durou de 1535, quando chegou o primeiro navio com negros em Salvador, até 1888, portanto 353 anos. Quase 5 milhões de africanos foram retirados de suas famílias e traficados para o Brasil pelos europeus, sendo que mais de 600 mil morreram no porões inóspitos dos navios. Vieram para ser usados como escravos, principalmente na agricultura e na mineração.

A  libertação dos escravos não foi uma dádiva da supremacia branca, foi o resultado de uma luta de séculos e que ainda hoje permanece. Esta foi na verdade a página mais vergonhosa da nossa história.

Os negros trazidos da África viviam em condições desumanas, amontoados dentro de senzalas. Muitas vezes suas mulheres e filhas serviam de escravas sexuais para os dominadores e seus filhos.

Em 13 de maior de 1888 foi assinada a Lei Áurea para libertar os escravos negros, mas na pratica até hoje a luta continua sem que se veja a igualdade entre brancos e negros.

Dados do IBGE mostram que 54% da população brasileira é constituída de negro, mas se olharmos com cuidado veremos um apartheid dissimulado. Nos postos de destaque dos poderes executivo, legislativo e judiciário no Brasil quase não há negros. Os presídios por outro lado estão abarrotados de negros.

Os negros contribuíram para a formação da identidade do povo brasileiro na dança, na música, na religião, na culinária e no idioma

O samba, o caxambu, o maracatu, a congado, o lundu e a capoeira são de origem africana. A feijoada, o vatapá, a cocada, o acarajé, o munguzá, o caruru, a pamonha, o cuscuz, o xinxim e o quindim são também de origem africada. O candomblé e a umbanda são religiões de matriz africana.

O Cais do Valongo, pequena África no Rio de Janeiro, e o Bairro do Pelourinho em Salvador, são memórias deste tenebroso período da nossa história.

Esse dia portanto é muito importante para conscientizar toda a sociedade, a fim de que se efetive o princípio constitucional da isonomia em todos os setores da atividade humana no Brasil, e finalmente os negros tenham reconhecido os seus direitos neste país.

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+Célio Lupparelli

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