Quando o assunto casa de veraneio surge numa roda de conversa, uma máxima é inevitável entre os interlocutores: esse tipo de imóvel traz duas alegrias. Uma na hora compra e outra na hora da venda. Mas, como toda regra tem exceção, quem sonha com um refúgio no campo ou na praia não precisa desistir. Com planejamento, dá para evitar prejuízos e garantir o sonhado refúgio.
A compra de um imóvel envolve uma carga emocional muito forte. E, numa casa de férias, isso fica ainda mais latente, porque o foco está no lazer.
Antes de fechar o negócio, é importante avaliar uma extensa lista de questões. Só para citar as principais: custos de condomínio, IPTU, manutenção, vedação e até mesmo a renovação do ar-condicionado.
Se a pessoa compra um imóvel de R$ 1 milhão, terá que investir entre 0,3% e 0,6% deste valor (até R$ 6 mil) mensalmente na manutenção. Quando a casa não é mobiliada, o gasto é ainda maior. Entre comprar móveis, cuidar da climatização e instalar cortinas, o proprietário gastará mais cerca de 20% do valor da compra. Dentro do exemplo anterior citado, seriam mais R$ 200 mil a serem levados em consideração.
VISTORIA COMPLETA
Outra dica é levantar toda a situação estrutural e legal do imóvel. No primeiro caso, é recomendável pedir ajuda de um arquiteto ou de um engenheiro para avaliar questões como as condições elétricas e hidráulicas da casa. Já no segundo, o foco deve a situação cadastral do imóvel, verificando o pagamento de taxas e regularizações cabíveis.
Para quem vai levantar uma construção do zero, a dica é zelar pela simplicidade. A simplicidade também vale para o paisagismo. Não adianta colocar uma planta de serra na praia ou vice-versa. Isso vai dar um trabalho enorme.
PARA MINIMIZAR OS CUSTOS
Entre os sabores e os dissabores que uma casa de veraneio pode oferecer, há quem encontre boas saídas para equilibrar os gastos. A empresária Patrícia Aragão, que mora em Nova Friburgo, é um desses casos.
– Queria investir em um imóvel e resolvi comprar um apartamento de três quartos em Cabo Frio, em vez de adquirir algo na minha cidade – conta ela.
Com a compra, Patrícia ganhou um endereço usado por ela, o marido e os filhos ao longo de todo o ano para passeios e festas. Só não é habitual ocuparem o apartamento na alta temporada, quando a cidade fica muito cheia. E é aí que está o pulo do gato.
– Nestas datas alugamos a casa para terceiros. Com o dinheiro, amortizamos o condomínio do ano inteiro – conta ela.
PROJETO DE VIDA
Para o vice-presidente do Secovi-Rio, Leonardo Schneider, uma casa de veraneio precisa ser vista como um projeto de vida. O comprador deve imaginar como ele se vê frequentando aquele ambiente ao longo dos anos.
– Até porque esses imóveis não costumam ter muita liquidez. Não é um investimento que será muito valorizado com o passar do tempo. E quando não é frequentado, se deteriora.
Schneider também recomenda que, antes de fechar negócio, o interessado faça um test drive:
– Alugue o imóvel durante uns três meses e passe uma temporada com a família e amigos no local. Veja se realmente vale a pena.
E a atenção não deve se limitar apenas ao imóvel em si. Todos os aspectos práticos precisam ser levados em consideração.
– É importante observar também como é o deslocamento até o local. Algumas regiões podem concentrar grandes engarrafamentos em determinadas épocas do ano. Então, o proprietário precisa saber se vai conseguir se locomover em datas e horários alternativos. Se for praia, tem maresia. Se for serra, tem o risco de cupins. Nada disso pode ser esquecido.
Fonte: ML Administradora