Elizeth Cardoso

16/07/2020 |
Assunto: , Datas Comemorativas, Música

Artista carioca – cujo centenário é festejado hoje, 16 de julho – permanece como uma das referências de canto feminino no Brasil pela união precisa de técnica e emoção

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Elizeth Moreira Cardoso foi uma cantora brasileira. Conhecida como A Divina, Elizeth é considerada uma das maiores intérpretes da música brasileira, além de uma das mais talentosas cantoras de todos os tempos, reverenciada pelo público e pela crítica nacional e internacional.

Referência para o gênero do samba-canção desde o início da década de 1950, lançou, em 1958, o álbum Canção do Amor Demais, com músicas de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, considerado o ponto inicial da Bossa Nova. Também se dedicou a interpretar os sambas tradicionais de morro, consagrando-se como uma das principais cantoras de sua geração, responsável por influenciar diversas vozes que surgiram posteriormente.

Nascimento: 16 de julho de 1920 – Rio de Janeiro, no bairro de São Francisco Xavier, próximo ao Morro da Mangueira.
Falecimento: 7 de maio de 1990 – Rio de Janeiro

Se fosse viva, hoje, Elizeth estaria completando 100 anos

Elizete Cardoso (como ela assinou em discos editados na primeira metade dos anos 1960) ou Elizeth Cardoso (como ficou para a posteridade o nome artístico dessa cantora carioca) está sendo lembrada por proezas feitas ao longo de trajetória iniciada em 1936 e terminada em 1990 quando um câncer de estômago calou, aos 70 anos de vida e 54 anos de carreira, essa voz de contralto surgida e projetada na era do rádio.

Nasceu na rua Ceará, no subúrbio de São Francisco Xavier, e cantava desde pequena pelos bairros da Zona Norte carioca, cobrando ingresso (10 tostões) das outras crianças para ouvi-la cantar os sucessos de Vicente Celestino. O pai, seresteiro, tocava violão e a mãe gostava de cantar.

Aos 10 anos, Elizeth teve de deixar a escola para trabalhar. Foi funcionária em salão de beleza e taxista, entre outras atividades, até começar a cantar na noite carioca. Quando foi contratada pela gravadora Todamérica, Elizeth já tinha 30 anos.

Seu primeiro sucesso foi Canção de Amor, de 1950, ao longo daquela década, ela lançou diversos discos e compactos. Em 1958, acabou sendo uma das protagonistas do surgimento da bossa nova.

Em 1964, Elizeth interpreta Bachianas 5 de Heitor Villa-Lobos, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Elizeth estava no Japão em 1987 quando descobriu que tinha um câncer no estômago. Se já havia perdido espaço nos anos 1970, na década seguinte, ficou encostada pelas gravadoras.

Chico Buarque definiu Elizeth como “a mãe de todas as cantoras brasileiras”

Ainda envolvida em luz e esplendor, a centenária Elizeth Cardoso conserva em 2020 a mesma idade que tinha em 1950 ou em 1990, permanecendo como uma das referências mais sólidas de canto feminino no Brasil. É a idade das eternas cantoras-mães cujas vozes e obras ecoam nos cantos das muitas filhas que deixaram espalhadas pelo Brasil e pelo mundo.

* 04/11/2009 – Leda Nagle entrevista Elizeth Cardoso – 45 anos de carreira – Assistir

* Músicas da Eterna Divina – Ouvir

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